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sábado, 22 de dezembro de 2018

Vendendo areia



Quando o assunto "privatização de praias, mares e do litoral em geral" vem a tona, a primeira coisa que passa pela cabeça das pessoas é que terão que pagar para poder acessar a faixa de areia, o mar e tudo que ali existe para lazer ou trabalho.

A verdade é que a coisa não funciona assim. Claro que alguns donos de praia podem decidir cobrar ingresso e limitar o número de pessoas que acessa a faixa de areia, o que de certa forma já existe. Em praias do litoral paulista que possuem condomínios, como Ubatuba, é bem comum você ter que pagar um determinado valor de estacionamento ou zona azul, para ingressar com seu carro dentro do condomínio. Dos pedestres não costumam cobrar, ainda.

Mas sim, a cobrança de entradas é uma possibilidade. Bem como outras formas de exploração comercial do lugar. Pensando rapidamente, várias ideias me vem a mente: cobrança de taxa para que os vendedores tenham acesso a praia, aluguel dos quiosques, lanchonetes e lojas do calçadão (quase como um shopping, mas na areia), cobrança de estacionamento, aluguel de equipamentos para praia (cadeias, guarda-sol, caiaques, pranchas). As possibilidades são várias.

Já que eu fiz a comparação com shoppings, poderiam até mesmo existir FII - fundo de investimento imobiliário - dono de várias praias, e que redistribuiria o lucro para seus cotistas.

Um hotel ou resort também poderia comprar a praia em frente as suas instalações, e deixar para uso exclusivo dos seus hóspedes. Novamente, não seria uma novidade, isso já é bem comum Brasil afora.

As praias também poderiam ser propriedade de associações de moradores, condomínios, empresas, clubes. Poderiam até mesmo ter um único dono, alguém com dinheiro o suficiente para comprar e manter esse patrimônio.

A principal vantagem de privatizar uma praia é a sua preservação. Uma vez que aquela faixa de areia tem um dono que explora comercialmente aquele lugar, a tendência é que ele a preserve, uma vez que a praia suja, mal cuidada, insegura e com acesso difícil não atrairá turistas, e obviamente, não dará lucro. A concorrência entre praias vizinhas também fará com que os serviços ofertados pelos seus proprietários evolua, se tornando cada vez melhor, tendo como objetivo atrair cada vez mais turistas.

Os donos das praias também podem explorar sua propriedade para atividades de ensino, fazendo parcerias com instituições educacionais para que suas praias sejam usadas como laboratórios para alunos das áreas de ciências naturais, como biologia e oceanografia.

Também poderiam explorar o local através da construção de aquários, do ecoturismo, como já é bem comum no Brasil em hotéis fazenda e parques localizados no interior.

Um dos pontos que talvez cause problemas seria a restrição de acesso. Imagine uma empresa comprando uma praia famosa, como Copacabana por exemplo, e impedindo que qualquer um entre, cobrando ingressos caros. Com certeza haveria revolta em um momento inicial. Mas creio que a concorrência faria com que as praias vizinhas começassem a atender esse público para aumentar sua clientela, seja cobrando ingressos mais baratos ou não cobrando nada, lucrando com o consumo de produtos e serviços no local.

Se você é contra a privatização das praias, deixe sua opinião nos comentários. Gostaria de ouvir os contrapontos.

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quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Apresentação

Salve!
Este blog foi criado com o intuito de explanar minhas ideias a respeito do uso e ocupação dos espaços pelo homem, seja a cidade, o campo ou  a natureza. O objetivo é que isso se torne um livro no futuro.
Espero que gostem!